“… sabe o sufoco de um jogo tão duro e apesar dos pesares ainda se orgulha de ser brasileiro…”
Esse trecho da música do velho e saudoso Gonzaguinha, resume bem o sentimento de milhões de jovens brasileiros que durante 1 década lutou para fossem reconhecidos como sujeitos de direitos e tivessem seus direitos garantidos perante a Lei.
Foram 9 anos de tramitação no Congresso Nacional de um instrumento validador dos Direitos de toda uma juventude. Uma juventude cujo universo é de 53 milhões de pessoas com idade entre 15 e 29 anos, segundo o censo de 2010. Uma juventude que necessitava ter seus direitos assegurados por um instrumento legal que os possibilitassem serem considerados sujeitos de direitos nesse país.
A construção da redação final do Estatuto da Juventude foi construída por muitas mãos, como ressaltou bem o Senador Paulo Paim ontem na sessão do Senado Federal. Uma redação que representou os desejos e anseios de toda uma geração de jovens e suas organizações, que ao longo de quase 1 década, lutou incansavelmente para o ato histórico que vivenciamos ontem.
Muitos foram os Senadores que lutaram ao lado da juventude e defenderam nossa bandeira. Declararam apoio à nossa luta, trocaram seus gabinetes por corredores ao lado das juventudes atrás de apoios para a aprovação desse instrumento garantidor dos direitos da juventude. Mas também tivemos os Senadores opositores a esses direitos. Houve também aqueles que discursaram na tribuna e envergonharam toda uma geração de jovens ali presentes e foram ofendidos por palavras sujas e difamatórias sobre aqueles que desde 2005 vem construindo nesse país a Política Nacional de Juventude.
A luta foi grande, demorou anos, envolveu milhões de atores. Movimentou desde jovens militantes de diversas causas sociais à classe artística da Rede Globo que junto com a UNE (União Nacional dos Estudantes), UBES (União Brasileira dos Estudantes) e UJS (União da Juventude Socialista) queriam restringir o direito a Meia Entrada de milhões de jovens brasileiros, ressaltando a cotização desse direito e o vínculo direto com essas organizações para a aquisição de uma carteira estudantil.
Embora a aprovação do Estatuto da Juventude não tenha saído com a real cara da juventude brasileira, sendo aprovada a cotização de um direito claro de toda uma geração de jovens, sigamos na luta, pois hoje no Brasil há um instrumento legal que vai respaldar todos os 53 milhões de jovens desse país. Porém a luta ainda não acabou e precisamos continuar pois o que foi aprovado ontem no Senado, ainda passará pela Câmara Federal e precisamos cada vez mais da força dessa juventude para garantir de fato esse direito.
Finalizo essa avaliação sobre o fato histórico de ontem, relembrando os versos de Gonzaguinha e dedicando essa vitória ao meu querido amigo, irmão, saudoso e companheiro que tanto lutou pela aprovação desse marco legal para a juventude brasileira e que até o último segundo de sua vida, lutou para que hoje pudéssemos comemorar essa vitória. Vitória essa que dedido a você Alessandro Lutfy Ponce de Leon!
“Eu acredito é na rapaziada … Que segue em frente e segura o rojão … Eu ponho fé é na fé da moçada … Que não foge da fera e enfrenta o leão… Eu vou á luta com essa juventude … Que não corre da raia a troco de nada … Eu vou no bloco dessa mocidade … Que não tá na saudade e constrói …A manhã desejada…”
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