I Festival das Juventudes
O pensamento crítico autônomo da Juventude
O I Festival das Juventudes em Fortaleza/ CE – América Latina e as Lutas Juvenis, contou com a presença de aproximadamente 4.000 jovens. O evento foi organizado pela prefeitura de Fortaleza em parceria com importantes organizações de juventudes convidadas pelo poder público a compor o comitê gestor.
O objetivo do evento foi promover o intercâmbio de experiências das diferentes formas de organização da juventude brasileira e de outros países da América Latina, potencializando suas ações e articulações através de espaços de auto-organização dos movimentos juvenis. O marco América Latina foi propositalmente incluído no nome do evento como uma estratégia apresentada pelos movimentos para fortalecer os e as jovens da latino-america e aglutinar forças, as mais diversas e pluralistas, contra as hegemonias, principalmente norte-americana.
A diversidade de movimentos como Kalunga – jovens negros, Pastoral da Juventude, Juventude do Movimento Sem Terra, Fórum Nacional de Movimentos e Organizações Juvenis – FONAJUVES, Marcha Mundial das Mulheres, União Nacional dos Estudantes, Juventude da Central Única dos Trabalhadores, entre outros, permitiu um rico debate. Era perceptível que todas as falas de jovens nas atividades em algum momento almejavam e solicitavam um Estado forte, democrático e que reconhece direitos negados a alguns grupos sociais, étnico-culturais.
O Festival das Juventudes teve duas principais importâncias: a primeira por reunir diversos movimentos, associações e organizações de juventude que dialogaram sobre as diversas lutas desse segmento e experimentaram uma prática política de serem protagonistas e responsáveis por suas próprias atividades e debates, desde a organização das mesas de palestra até a mobilização dos participantes. Esse fato aponta a incorporação dos movimentos de juventude em lutarem pelos seus direitos, pela justiça social desmistificando a idéia de uma juventude apática e indiferente aos assuntos políticos.
O segundo ponto foi a realização de um festival de jovens a nível nacional por uma prefeitura. Isto revela a apropriação da temática juventude pelo poder local. É crescente o número de prefeituras que estão incluindo a temática juventude nas agendas dos municípios, beneficiando a relação entre os movimentos sociais e governos, já que o poder municipal é um campo de relações privilegiado entre sociedade civil e Estado para a conformação de uma esfera pública democrática[1]. O poder municipal aparece cada vez mais como um interlocutor próximo dos grupos organizados de juventude.
O que pôde ser observado em Fortaleza foi uma equipe de jovens, que fazem parte do quadro da prefeitura, responsáveis pela logística de um evento para milhares de pessoas, um comitê gestor composto por organizações de jovens da sociedade civil que tinham como tarefa a mobilização e articulação dos movimentos, e a vontade de milhares de jovens participantes de todo o país em estar no evento. Essa combinação resultou em um festival que fomentou muitos debates, iniciativas e a formação e consolidação das redes sociais.
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