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segunda-feira, 12 de julho de 2010

PLATAFORMA NACIONAL DE JUVENTUDES

Dentre as iniciativas dos movimentos de juventudes que compareceram no Festival, a principal foi o lançamento da Plataforma Nacional de Juventudes, organizada pelo Fórum Nacional de Movimentos e Organizações Juvenis – FONAJUVES, e legitimada pelo poder público que foi convidado para recebê-la – na figura do presidente do Conselho Nacional de Juventude e do representante da Secretaria Nacional de Juventude. O documento também foi recebido e legitimado pelo presidente do Espaço Iberoamericano de Juventude, pelos movimentos sociais que assinaram a Plataforma, como CUT – Central Única dos Trabalhadores, UNE – União Nacional dos Estudantes, MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, PJ – Pastoral da Juventude do Brasil ,MMM – Marcha Mundial das Mulheres, UBES – União Brasileira de Estudantes Secundaristas, MPB – Movimento Música Para Baixar, Mirim Brasil, Rede Sou de Atitude, FJRJ - Fórum Estadual de Juventude do Rio de Janeiro , Movimento Hip Hop Organizado - MH²O, e por cerca de 300 jovens presentes no lançamento.

Observa-se ao ler Plataforma um esforço de compreender de forma abrangente, as diversas lutas dos movimentos de juventudes pelos seus direitos de modo, a concentrar os caminhos percorridos pelas iniciativas focalizadas nos segmentos juvenis da sociedade brasileira desde a 1ª Conferência Nacional de Juventude. Com base em uma concepção democrática de realização das políticas públicas e de uma clara defesa dos jovens como sujeitos de direitos, é um documento que expressa de forma unificada o que a juventude espera dos poderes públicos. Com diversas temáticas pauta: (1) o fortalecimento da Política Institucional de Juventude, (2) a ampliação do papel redistributivo do Estado, (3) a implementação uma política urbana que promova o direito à cidade, (4) garantia da dimensão da sustentabilidade ambiental nas políticas de desenvolvimento, (5) valorização da educação como direito inalienável de todos e todas, em todos os níveis, (6) Valorização do trabalho e promoção do tempo livre, (7) melhoraria das condições de vida da juventude no campo, (8) promoção da igualdade étnica, racial e sexual, e dos e das jovens com deficiência (9) a democratização dos meios de comunicação e promoção da inclusão digital, (10) um Estado democrático com caráter público e a participação ativa da sociedade. Esses temas buscam dar conta da diversidade das condições sociais (classes sociais), culturais (etnias, identidades religiosas, valores), de gênero, nas regiões geográficas, dentre outros. Acima de tudo, a Plataforma busca ser um documento de orientações da sociedade civil sobre suas percepções em torno dos direitos que se quer conquistar para a juventude.


O documento aponta uma necessidade emergencial de implementação das políticas públicas destinadas à juventude. Embora o governo Lula tenha inserido o tema da juventude nas agendas políticas de uma forma inédita, efetivamente ainda não há grandes avanços nas políticas públicas destinadas à juventude.


Segundo Carrano e Sposito[2], é importante observar e compreender a trajetória recente das políticas públicas destinadas aos jovens no Brasil, uma vez que, de modo diferente do conjunto da América Latina, elas tenderam a permanecer muito mais como estado de coisas do que como problemas de natureza política que demandam respostas.


Assim, a Plataforma pretende fortalecer que as demandas nelas presentes ocupem as agendas públicas. Em sua essência, ela é a expressão do desejo mais profundo dos movimentos juvenis de avançar rumo às transformações que a juventude e o povo brasileiro precisam, e que as propostas nelas contidas alcancem toda a superfície do país e se enraízem localmente em todos os lugares, com a urgência exigida pelos riscos que a juventude corre. Já na sua estrutura, a Plataforma é um documento que representa a rede de pensamento crítico da juventude que aguarda e luta por um futuro melhor.

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